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ZMB Recomenda: Better Call Saul

Meu colega Gerardo Figueiredo apresentou neste espaço “ZMB Recomenda” uma saborosa crônica a respeito da série “SUITS” sucesso entre a audiência jurídica daqui e dos EUA.
Bem, já que as séries americanas tomaram conta das telas de nosso país, não pude deixar de lembrar da minha série jurídica favorita, apesar de não tão charmosa como “SUITS”:  “BETTER CALL SAUL”.

A cinematografia americana é pródiga em filmes sobre a advocacia, algumas verdadeiras obras-primas: “How to kill a mockinbird”, “O homem que fazia chover”, “O Veredicto”.

Outras não são obras-primas, pelo contrário, são o mais puro “kitsch”, contudo fazem muito bem a função de atingir a consciências das massas, como diria José Guilherme Merquior. É o caso de “Better Call Saul”…

A série conta o nascimento de um personagem que se tornou famoso em Breaking Bad: o advogado Saul Goodman, mestre em livrar a cara de seus clientes utilizando métodos pouco ortodoxos, e na maioria das vezes ilegais.

Mas nem sempre foi assim: Saul Goodman na verdade é Jimmy McGill, um ex-malandro que no caminho de sua redenção tornou-se office-boy, daí fez um curso de direito por correspondência – pois é isto existe nos EUA!! Não é apenas o Brasil que padece de cursos periféricos não, o problema é que aqui eles existem às centenas – e tornou-se advogado. E é aí que a história de Saul (Jimmy) começa a se tornar interessante, pois descreve a luta do profissional do direito para se estabelecer, sem nenhum glamour, nem os ternos bem cortados de “SUITS”, mas apenas a dura realidade que confronta a grande parte dos profissionais da advocacia, uma atividade empreendedora por natureza, e que exige não apenas boa formação, mas também foco, dedicação e muita, muita perseverança.

Perseverança justamente para que o profissional não fique tentado a tomar “atalhos” que lhe tragam o tão almejado sucesso, mas arriscando sua reputação e até mesmo sua liberdade, algo que estamos vendo no Brasil diante de todos estes escândalos de corrupção e a suspeita do envolvimento de profissionais da advocacia.

O argumento ético está presente em “Better Call Saul”, e muito bem retratado nos conflitos vivenciados pelo protagonista, cujas vitórias, invariavelmente, são conquistadas por meio de trapaças.
Better Call Saul além de ser uma história muito bem contada, ainda nos leva a fazer reflexões importantes sobre a carreira na advocacia. A série é o mais puro kitsch, até mesmo no local dos acontecimentos –  o desesperançoso Novo México, nada de Nova York, Chicago ou Los Angeles – mas nem por isso é menos provocativa.

Túlio de Souza
Sócio do ZMB Advogados em Belo Horizonte.

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