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Propósito: é moda ou veio para ficar?

Nunca se falou tanto em viver com propósito. O movimento, que buscava questionar o estilo de vida e as relações das pessoas, avançou para o ambiente corporativo. Isso porque definir o que se quer, qual a razão de viver, o que faz a pessoa querer gastar energia para viver e trabalhar e o que é relevante influencia completamente na escolha dos rumos da carreira. Mas, de acordo com a headhunter e consultora de carreira Thais Amadei Pegoraro, essa é uma grande dificuldade para as pessoas. “Somos muito ruins em definir o que queremos, e muito bons em nos perder. Um exemplo é a pessoa buscar um MBA na carreira sem entender qual o objetivo que quer alcançar com esse tal MBA. Aí o MBA vira obrigação, ao invés de ser extremamente motivador. A diferença é que quando tenho um objetivo claro, o MBA, o curso de inglês, as promoções no trabalho viram apenas degraus para eu alcançar esse objetivo. E vários objetivos somados e alcançados atendem o propósito de vida daquele indivíduo”, conta Thais.

Mas de que forma é possível descobrir o propósito? A especialista aponta uma técnica muito simples, que é desmembrá-lo em objetivos. Esses objetivos devem ser SMART: específicos, mensuráveis, atingíveis, relevantes e com prazos para acontecer. Ela também orienta classificar os níveis desses objetivos, como:

  • Primeiro nível – aqueles que trabalham competências e habilidades e que só dizem respeito a nós mesmos. Exemplo: desenvolver a liderança ou criatividade.
  • Segundo nível – aqueles que trabalham papéis que quero desempenhar na minha vida. Exemplo: ser diretor ou sócio, ser um pai participativo, ter um círculo social mais abrangente (depende do meu papel social).
  • Terceiro nível – aqueles que dizem respeito ao nosso papel no mundo, o que queremos deixar como nosso legado existencial. Aqui o papo é mais profundo. Exemplo: deixar o mundo melhor, ser um cidadão mais consciente, dar exemplo para as pessoas, contribuir com a educação.

“Ao analisar isso com mais familiaridade, fica claro que a soma de todos esses pequenos objetivos de primeiro, segundo e terceiro níveis compõem o nosso propósito de vida. Para mim não existe propósito pessoal ou profissional, mas existe propósito, ponto. E tudo está profundamente conectado com a tal relevância, a letra R, do SMART, que guarda relação com os nossos valores de vida”, completa Thais, que acredita haver diferença nos profissionais que encontram seu propósito com relação aos demais. “O trabalho tem um significado para eles. Atende os seus valores de vida. E certamente os faz sentir melhores sobre o investimento do seu tempo. Em outras palavras, trabalhar deixa de ser uma obrigação e passa a ser uma escolha”, finaliza.
 
Sobre Thais Pegoraro

A palavra propósito e a vivência dela é algo que faz parte da vida de Thais. Formada em Direito, ela trabalhava numa grande multinacional como headhunter em épocas de um mercado muito desafiador. Não trabalhava por propósito, mas por poder, dinheiro e vitrine. Sentia-se cansada e infeliz.

Ao ser demitida, decidiu estruturar uma empresa de consultoria de carreira e passou a trabalhar para ajudar as pessoas a se prepararem para o mercado, a construírem suas carreiras, a gerirem seus ativos pessoais, compostos por habilidades e competências, a tomarem responsabilidade sobre suas próprias vidas. “Isso despertou um senso de contribuição incrível em mim e eu passei a me divertir muito, e ainda ganhar dinheiro com isso (atendi objetivos de segundo e terceiro nível)”, conta a consultora. Obviamente isso a tornou uma pessoa melhor e mais realizada. Thais ficou conhecida, também, por subir os sete cumes mais altos de cada continente em um ano batendo um recorde brasileiro. “Escalar o Everest foi a forma que encontrei para trabalhar meu objetivo de primeiro nível – desenvolver foco, disciplina e determinação. E funcionou”, se diverte Thais.

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