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Uma carreira internacional de sucesso: quais habilidades o advogado deve desenvolver

Trilhar uma carreira em empresas multinacionais é um objetivo altamente desejado por muitos advogados que trabalham em seus países de origem e que buscam crescer na carreira, dentro ou fora do país, vislumbrando oportunidades dentro da empresa como advogados de áreas geográficas, como por exemplo, Diretores ou Vice-presidentes Latam, Asia Pacific, Europe, entre outras, conforme a divisão geográfica determinada pelas empresas em suas atuações globais.

Os requisitos básicos de um profissional de Direito de destaque em carreiras internacionais são múltiplos e diversos, mas além de citarmos os óbvios como capacidade técnica e domínio das leis, jurisprudências e processos e de excelente nível cultural, domínio da sua língua mãe e de línguas estrangeiras como inglês, espanhol e por ventura línguas de países onde a empresa tem forte atuação como francês, italiano, alemão e até mandarim, vamos nos ater a competências que diferenciam um líder de sucesso, papel esse que o advogado que almeja altas posições deve cumprir.

Um profissional bem-sucedido é capaz de lidar com desafios, conflitos e crises tanto interna quanto externamente à empresa. Para entender as competências desse profissional, listamos características apontadas pelo especialista no tema, Sginge M. Spencer, da consultoria de Recursos Humanos Hay Group.

Nesse estudo, a consultoria identificou características dos grupos de líderes que apresentam os melhores resultados para a companhia e portanto que recebem promoções e são mais bem sucedidos.

No grupo dos “melhores resultados”, foram observados alguns pontos que contam com a atuação do Líder do Departamento jurídico e exemplos de práticas transcritas abaixo:

  • resolução de conflitos entre equipes, deixando-as mais unidas e aptas para resolver problemas no futuro;
  • nenhum talento foi perdido, e o problema foi resolvido de forma satisfatória;
  • testes científicos demonstraram que não havia problema algum com o produto em meio a crise — a empresa recebeu crédito da mídia por ter sido tão cuidadosa (em caso de problema de imagem);
  • encontramos o equilíbrio ideal em nossas negociações, mostrando ao mercado que estávamos confiantes e iríamos sobreviver à crise. Ao mesmo tempo, deixamos claro aos credores que havia a ameaça de falência. Isso para que deixassem suas posições rígidas de lado e pudéssemos encontrar uma solução (e a empresa conseguiu se recuperar).

Entre os relatos do grupo de líderes de “resultados menos eficazes” os relatos foram em outra direção e citamos apenas os que tangenciam a atividade do advogado:

  • sem resolução (questões ou confrontos jurídicos contínuos);
  • multas aplicadas pelo governo;
  • publicidade negativa que não foi contornada;
  • uma parte da empresa precisa ser vendida;

Ao analisar a diferença de comportamento entre os dois grupos, certas competências eram comuns nos dois grupos de relatos:

  • pensamento analítico;
  • busca de informações;
  • impacto e influência;
  • iniciativa;
  • pensamento conceitual;
  • consciência organizacional (compreender as relações de poder nas organizações);
  • liderança de equipes (observada em exatos 50% dos eventos analisados);

No entanto, três competências genéricas relacionadas com os melhores resultados em crises foram identificadas como fator primordial de sucesso dos líderes eficazes:

  • foco no cliente;
  • compreensão dos outros (compreender as posições dos outros e as razões para justificá-las, mesmo sob estresse e quando não há consenso);
  • trabalho em equipe e cooperação (especialmente nos níveis que se concentram na busca e valorização da opinião dos outros).  Formar uma equipe para lidar com a crise, às vezes incluindo pessoas de fora da empresa.

Outros 2 pontos citados no estudo foram:
–  Inteligência emocional, onde o autoconhecimento é fundamental para compreender os outros, e esse autoconhecimento é fundamental para gerenciar a si mesmo, permitindo, assim, fazer uma boa gestão de pessoas.
– Empatia: Capacidade de se colocar no lugar do outro, promovendo clima de colaboração e cooperação, para entender e influenciar pessoas na organização e fora dela.

Pode-se concluir, portanto, que algumas atitudes que norteiam esse profissional de sucesso são: flexibilidade, capacidade de negociar, liderar e trabalhar bem em grupo, influenciar pessoas dentro e fora da organização e capacidade de se colocar no lugar dos outros (no caso de organizações internacionais faz-se necessário ter predisposição a lidar com culturas e costumes diferentes), a fim de obter o melhor resultado. Tudo isso em busca de soluções que garantam a perpetuidade dos negócios.

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